quarta-feira, 1 de julho de 2015

PRIMEIRA ESTAÇÃO

Em julho o grupo viaja para São Paulo onde ficará em imersão criativa, juntamente com a diretora, em busca das nuances e delicadezas das cenas criadas.

Afinando o roteiro...



Julho Chegou.... e nós chegamos em São Paulo.


Durante cinco dias reviramos um baú lotado de histórias pessoais que trouxeram à tona memórias da infância, do colegial, de perdas, das ingenuidades, dos quereres, dos sonhos, dos não pertencimentos.

Ficamos imersos em uma sala preta (o espaço do Grupo Sobrevento): os atores Jô e Laércio, a diretora Sandra Vargas, a produtora Laura Osório e o amigo Alex Souza, artista e pesquisador do teatro de objetos (doutorando em Teatro de Animação).


Repassamos, revisamos e revisitamos histórias já selecionadas no primeiro encontro com a diretora, em outubro de 2014. Era hora da primeira lapidada dramatúrgica: escolhas, cortes, síntese, acréscimos.Um primeiro esboço de quem são e onde estão estes personagens...
Uma revelação.

Nesta semana, uma primeira revelação nos deixou um tanto "suspensos": os exercícios que vivenciamos nas oficinas ministradas pela diretora, tem a função de proporcionar uma primeira compreensão da lógica do teatro de objetos, necessária para então transcender esta lógica. Palavras da diretora a partir de seu olhar sobre o teatro de objetos. Foi um susto!

Trazíamos na bagagem algumas cenas preparadas com base nos exercícios realizados nas oficinas, que surgiram a partir da forma dos objetos, de seus conteúdos (cor, função, especificidade) e das metáforas decorrentes da relação do ator com cada objeto.

A partir desta premissa, percebemos que nosso trabalho era não nos limitarmos a esses conceitos, mas sim avançar, ir para  um outro lugar que não sabíamos como era e onde iria chegar.

Lá fomos nós, saltando no abismo, inseguros, tensos, mas igualmente livres e confiantes no olhar da diretora, rumo à construção de pequenas dramaturgias surgidas a partir do objeto, da memória dos atores e das possibilidades de metáforas e poesia em cada história revelada.


Um caminho novo, estranho e sedutor. Nenhum alongamento ou aquecimento específico, nenhuma teoria, nenhuma técnica de improviso, nenhum jogo, apenas nós e os objetos de memória. Na busca pela poesia, um encontro com as emoções que o objeto faz revelar, na relação e no envolvimento com ele.E assim vimos surgir aos poucos, dia após dia, o amadurecimento do processo.

Depois de uma semana voltamos pra casa carregando alguns baús cheios e uma lista de “tarefas de casa”. Dentro de uma semana voltaríamos a nos encontrar.




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